Cesar

Coordenador e professor do Programa de Pós-Graduação em Filosofia Stricto sensu da PUCPR e professor do Mestrado em Direitos humanos e Políticas Públicas da PUCPR. Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq. Professor convidado da Universidade de Lille, na França, e da Universidade Católica de Moçambique (2018). Pós-doutor pela Université Paris Est-Créteil e pelo Institut d’études Politiques de Paris (2014-2015). Doutor em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2005), com estágio doutoral na Université Paris XII e no Centre Michel Foucault. Membro da Red Iberoamericana de Filosofía Política. Membro da Diretoria da Associação Nacional da Pós-Graduação em Filosofia (ANPOF) e do GT Pensamento Contemporâneo da mesma Associação. Líder do Grupo de Pesquisa Filosofia Francesa Contemporânea, cadastrado no CNPQ e certificado na PUCPR. Membro do corpo editorial da Editora PUCPRES. Tem experiência na área de Filosofia Contemporânea, com publicações no Brasil, México, Itália, França, Espanha, Chile, Argentina e Colômbia, nas subáreas de Filosofia política e Filosofia Francesa Contemporânea, especialmente no pensamento de Michel Foucault e suas relações com teóricos, tais como Hannah Arendt, Giorgio Agamben e Roberto Esposito. Atualmente, desenvolve pesquisa sobre os alcances filosóficos da biopolítica e seus desdobramentos para o diagnóstico político do presente. Seu último projeto versa sobre a difícil relação entre democracia, neoliberalismo e constituição do sujeito.

Livros:

  1. A dignidade da luta política: incursões pela filosofia de Michel Foucault. 1. ed. Caxias do Sul, RS: EDUCS, 2020. v. 1. 221p. LinK: https://www.ucs.br/educs/livro/a-dignidade-da-luta-politica-incursoes-pela-filosofia-de-michel-foucault/
  1. Foucault & as práticas de liberdade I: o vivo & seus limites. (ed. com A. Butturi, P. de Souza e S. Caponi). 1. ed. Campinas: Pontes, 2019. v. I. 319p. Link: http://ponteseditores.com.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=1230
  1. Foucault & as Práticas de liberdade II: topologias políticas & heterotopias. (ed. com A. Butturi, P. de Souza e S. Caponi)1. ed. Campinas: Pontes, 2019. v. II. 364p. Link: http://ponteseditores.com.br/loja/index.php?route=product/product&product_id=1230
  1. Vida e Liberdade: entre a ética e a política. (ed. com Jelson Oliveira). 1. ed. Curitiba: Champagnat, 2016. v. 1. 408p. Link: https://pucpress.pucpr.br/index.php/pucpress/catalog/book/93
  1. Foucault e a crítica da verdade. 2. ed. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2013. v. 1. Link: https://grupoautentica.com.br/autentica/livros/foucault-e-a-critica-da-verdade/583
  1. Foucault e o Cristianismo (ed. com P. de Souza). 1. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2012. v. 1. 160p. Link: https://grupoautentica.com.br/autentica/livros/foucault-e-o-cristianismo/837
  1. Ética: abordagens e perspectivas. 2a. edição. Revista e ampliada. 2. ed. Curitiba: Champagnat, 2011. v. 1. 275p. Link: https://www.estantevirtual.com.br/sebomascote/cesar-candiotto-org-organizacao-organizador–etica-abordagens-e-perspectivas-colecao-didatica-volume-1-1912322887?show_suggestion=0
  1. Mente, cognição, linguagem. 1. ed. Curitiba: Champagnat, 2008. v. 1. 255p. Link: https://www.travessa.com.br/mente-cognicao-linguagem-1-ed-2008/artigo/5c62a096-b2a9-496d-8563-40bc521afd11

 

Principais artigos e capítulos:

  1. Le néolibéralisme américain et l’ambigüité de l’homo oeconomicus chez Michel Foucault. CAHIERS CRITIQUES DE PHILOSOPHIE, v. 18, p. 93-108, 2017.
    5. Effetti della ‘Storia della follia’ in Brasile. Aut Aut: rivista di filosofia e di cultura, v. 351, p. 173-189, 2011 (em co-autoria com Vera Portocarrero).
    6. La solidarité et la sécurité. In: Ángel Puyol; Jordi Riba; Patrice Vermeren. (Org.). Un Nouveau Regard sur la Solidarité?. 1ed.Paris: L’Harmattan, 2020, v. 1, p. 37-51.
    7. Foucault, el hombre y la finitud. In: Cristina López; Marcelo Raffin; Agustín Colombo. (Org.). Pensar con Foucault hoy: Relecturas de Las palavras y las Cosas y La Voluntad de Saber. 1ed.Buenos Aires: UNSAM Edita, 2019, v. 1, p. 37-48.
    8. Biopolítica, gubernamentalidad y migración. In: Ricardo Espinoza Lolas; Jordi Riba. (Org.). El espacio público de la migración. 1ed.Barcelona: Terra Ignota Ediciones, 2019, v. 1, p. 261-282.
    9. La perspectiva neoliberal de la democracia y sus efectos gubernamentales. In: Ricardo Espinoza Lolas; Jordi Riba. (Org.). Aporías de la democracia. 1ed.Barcelona: Tierra Ignota Ediciones, 2018, v. 1, p. 115-138.
    10. Pensar la política: actitud crítica, revolución y contra-conducta insurreccional. Dorsal Revista de Estudios foucaultianos, v. 6, p. 67-79, 2019. (https://zenodo.org/record/3245861)
    11. Sujeição, Subjetivação e Migração: Reconfigurações da governamentalidade biopolítica. Kriterion, v. 61, p. 319-338, 2020. (https://www.scielo.br/j/kr/a/q4gHz3r6vQsdD3JgtMKbbCR/?lang=pt)

Projeto em andamento

  1. Democracia, Neoliberalismo e Constituição do sujeito

Este projeto, cujo propósito é apropriar-se de maneira diferenciada do amplo debate acerca da difícil relação entre neoliberalismo e democracia, reveste-se de relevância inconteste para o diagnóstico político do presente, em um momento quando a ascensão da política antidemocrática e ao mesmo tempo neoliberal assume feições explícitas, ameaçando conquistas históricas no âmbito dos direitos políticos e sociais. Às vezes de maneira sutil, outras de modo autoritário, uma das estratégias da investida neoliberal sobre a democracia, constatável principalmente nos estudos de Friedrich von Hayek, consiste na governamentalização do Estado, afastando-o de sua racionalidade histórica específica emanada do direito público, e metamorfoseando-o como grande empresa encarregada de arbitrar o jogo do mercado para que sua lógica, pautada na liberdade econômica e na competitividade, continue a ser exercidas em entraves. Outra estratégia utilizada pelos neoliberais e sublinhada por Foucault a respeito dos trabalhos de Gary Becker, é o emprego de técnicas de poder e formas de saber que modificam o meio em que circulam os indivíduos para deles extrair comportamentos sistemáticos, tais como a contínua financeirização das relações sociais e pessoais e sua percepção da política como mais uma dimensão da capitalização da existência. Neste caso, os agentes estatais atuam principalmente como guardiães da moralidade segundo a lógica da vigilância advinda do direito privado. Eles responsabilizam os indivíduos sempre que estes não entendem ou se subtraem a seguir estas regras austeras do jogo mercadológico. E mormente, são responsabilizados como culpados pelos destinos deletérios do País, em um mecanismo de imputabilidade substitutiva segundo o qual o Estado se desresponsabiliza pela proposição de uma agenda política e econômica comprometida com a garantia da igualdade política e a redução da violência e das desigualdades. Essa dupla investida, direcionada à colonização do Estado e à condução das condutas individuais, nuclear na apreensão que Foucault realiza dos neoliberalismos, tem relação direta com a fragilização da forma democrática de governar e com a maneira democrática de viver, sentir, pensar e agir. Além da relevância política do projeto para a vida democrática,ele possui ainda considerável impacto científico e social. Científico, porque discute com rigor e sem preconceitos pensadores normalmente deixados de lado pela filosofia política e social, como é o caso de Friedrich von Hayek, no intuito de proceder com justeza à ponderação de suas afirmações, sem se descuidar do exame de suas possibilidades elimites. O projeto procura ser ainda filosoficamente justo com Foucault, quando examina críticas apressadas análises acerca dos neoliberalismos. Social, porque a dissociação entre os fins da política e a questão social colocada em prática nas formas neoliberais de governo tem sido um mecanismo gerador de desigualdades e de fragilização da democracia.